quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Não Fales Mal de Ninguém.


Toda pessoa não suficientemente realizada em si mesma tem a instintiva tendência de falar mal dos outros.

Qual a razão última dessa mania de maledicência?

É um complexo de inferioridade unido a um desejo de superioridade.

Diminuir o valor dos outros dá-nos a grata ilusão de aumentar o nosso
valor próprio.

A imensa maioria dos homens não está em condições de medir o seu valor por si mesma.

Necessita medir o seu próprio valor pelo desvalor dos outros. Esses homens julgam necessário apagar as luzes alheias a fim de fazerem brilhar mais intensamente a sua própria luz.

São como vaga-lumes que não podem luzir senão por entre as
trevas da noite, porque a luz das suas lanternas fosfóreas
é muito fraca.

Quem tem bastante luz própria não necessita apagar ou diminuir as luzes dos outros para poder brilhar.

Quem tem valor real em si mesmo não necessita medir o seu valor pelo desvalor dos outros.
Quem tem vigorosa saúde espiritual não necessita chamar de doentes os outros para gozar a consciência da saúde própria.

Falar mal das misérias alheias é um prazer tão sutil e sedutor
- algo parecido com whisky, gin ou cocaína - que uma pessoa de saúde moral precária facilmente sucumbe a essa epidemia.

A palavra é instrumento valioso para o intercâmbio entre os homens.

Ela, porém, nem sempre tem sido utilizada devidamente.
Poucos são os homens que se valem desse precioso recurso para construir esperanças , balsamizar dores e traçar rotas seguras.

Fala-se muito por falar, para "matar tempo".

A palavra, não poucas vezes, converte-se em estilete da impiedade,
em lâmina da maledicência e em bisturi da revolta.

Semelhantes a gotas de luz, as boas palavras dirigem conflitos e resolvem dificuldades.

Falando, espíritos missionários reformularam os alicerces do pensamento humano.

Falando, não há muito, Hitler hipnotizou multidões, enceguecidas, que se atiraram sobre outras nações, transformando-as em ruínas.

Guerras e planos de paz sofrem a poderosa influência da palavra.

Há quem pronuncie palavras doces, com lábios encharcados pelo fel.

Há aqueles que falam meigamente, cheios de ira e ódio.

São enfermos em demorado processo de reajuste.

Portanto, cabe às pessoas lúcidas e de bom senso, não dar ensejo para que o veneno da maledicência se alastre,
infelicitando e destruindo vidas.

- Humberto Rohden -

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

As Penas Futuras Segundo o Espiritismo


Nós somos Espíritos em evolução, moral e intelectual, e de acordo com o nosso desenvolvimento teremos maior responsabilidade moral dos nossos atos na vida. É através da inteligência e do senso moral que iremos adquirir as noções do bem e do mal, do justo e do injusto. Desta forma, quanto mais esclarecidos nós formos, maior será a nossa responsabilidade.

A Felicidade perfeita é inerente à perfeição, ou seja, à purificação completa do Espírito. Enquanto não alcança este estado evolutivo, o Espírito sofre na vida espiritual as conseqüências de todas as imperfeições de que não se libertou durante a vida corpórea. Não há uma só imperfeição da alma que não acarrete conseqüências desagradáveis e inevitáveis, assim como não há uma só qualidade boa que não seja fonte de ventura.

A Lei do progresso possibilita ao Espírito conquistar o bem que lhe falta e libertar-se do que ainda possui de mal, sempre segundo os seus esforços e a sua vontade.

Estando o sofrimento inseparavelmente ligado à imperfeição, e a felicidade sendo inerente à perfeição, a alma leva em si mesma o seu próprio castigo, onde quer que se encontre.

O bem ou o mal que praticamos são os resultados das boas e más qualidades que possuímos, e devemos lembrar que não fazer o bem que se pode fazer é uma prova de imperfeição.

O Espírito sofre segundo o que fez sofrer. Compreende melhor os inconvenientes do seu procedimento e é levado a se corrigir. A Justiça de Deus por ser infinita, leva em conta todo o mal e todo o bem. Toda falta cometida, todo mal praticado é uma dívida contraída e que terá que ser paga. Desta forma, o Espírito sofre de acordo com as suas imperfeições, seja no mundo espiritual, seja no mundo corporal. A Expiação varia segundo a natureza e a gravidade da falta. A lei geral é a de que toda falta recebe uma punição e toda boa ação tem a sua recompensa segundo o seu valor.

A duração do castigo está subordinada ao melhoramento do Espírito culpado. Uma condição que é inerente à inferioridade dos Espíritos é a de não ver o termo de sua situação e acreditar que sofrem para sempre. O arrependimento é o primeiro passo para o melhoramento. Arrependimento, expiação e reparação são as três condições necessárias para apagar os traços de uma falta e as suas conseqüências. O arrependimento pode ocorrer em qualquer lugar ou tempo, a expiação consiste nos sofrimentos físicos e morais que são a conseqüência de falta cometida e a reparação consiste em praticar o bem para aquele mesmo, a quem se fez o mal, ou fazer o que se deixou de fazer, cumprir os deveres negligenciados ou desprezados. Muitas vezes, os Espíritos Imperfeitos são afastados dos mundos felizes porque perturbariam a sua harmonia. Como o Espírito conserva sempre o seu livre-arbítrio, melhora às vezes de maneira lenta e sua obstinação no mal é bastante firme. Porém, sejam quais forem a inferioridade e a perversidade dos Espíritos, Deus jamais os abandona.

Cada um só é responsável pelas suas próprias faltas. Embora a diversidade de punições seja infinita, existem as que são inerentes à inferioridade dos Espíritos e cujas conseqüências. Salvo algumas nuanças, são mais ou menos idênticas.
Um fenômeno muito freqüente entre os Espíritos de um certo grau de inferioridade moral consiste em se acreditarem ainda vivos após a morte, e essa ilusão pode se prolongar durante anos, através dos quais eles experimentam todas as necessidades, todos os tormentos e todas as perplexidades da vida.

Para o criminoso, a visão incessante de suas vítimas e das circunstâncias do crime é um suplício cruel. Alguns espíritos são mergulhados em trevas espessas. Outros são postos num isolamento absoluto, no espaço, atormentados pelo fato de não saberem qual a sua condição e o seu destino. O meio de evitar ou atenuar as conseqüências de suas faltas na vida futura é desfazer-se o mais possível dos seus defeitos na vida presente.

A situação do Espírito, desde a sua entrada na vida espiritual, é aquela que ele mesmo se preparou durante a sua vida corporal. A Misericórdia de Deus é sem dúvida infinita, mas não é cega.

As penas sendo temporárias e subordinadas ao arrependimento e à reparação, que dependem da livre vontade do homem, acontece o mesmo com os castigos e os remédios que devem ajudar a curar as feridas do mal. As penas que o Espírito sofre na vida espiritual juntam-se às da vida corporal, que são a conseqüência das imperfeições do homem, de suas paixões, do mau emprego de suas faculdades, e a expiação de suas faltas presentes e passadas.

A Justiça de Deus brilha precisamente na igualdade absoluta que rege a criação de todos os Espíritos.

Podemos resumir dizendo que o sofrimento é inerente à imperfeição, que toda imperfeição, e toda a falta que dela decorre, trazem o seu próprio castigo nas suas conseqüências naturais e inevitáveis, como a doença decorre dos excessos, sem que haja necessidade de uma condenação especial para cada falta e cada indivíduo.

Toda pessoa podendo corrigir as suas imperfeições pela sua própria vontade, pode poupar-se os males que delas decorrem e assegurar a sua felicidade futura.


Baseado no Capítulo VII, da primeira parte, As Penas Futuras Segundo o Espiritismo, do Livro O Céu e o Inferno, Allan Kardec.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Lei da Adoração

A adoração é um sentimento inato no homem, está presente em todos os povos e épocas. É através da adoração que o homem se aproxima de Deus, elevando seu pensamento a Deus.
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Mas para realiza-la não é necessário nenhuma manifestação exterior, pois a verdadeira adoração vem do coração, com sinceridade, fazendo o bem e não o mal.
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Mas não se deve confundir adoração com uma vida contemplativa estagnada. Adorar é fazer o bem e desta forma, adorar é ação útil.
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A prece é sempre agradável a Deus, se for feita de coração. Fazer uma prece é pensar Nele, aproximar-se Dele, comunicar-se com Ele. Pela prece podemos louvar, pedir ou agradecer.
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A prece é um socorro jamais recusado.
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A prece não oculta as faltas. As provas devem ser suportadas até o fim, e a prece atrai os bons Espíritos que darão força e coragem para suporta-las.
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Os homens chamavam de deus tudo o que era sobre-humano, assim para eles, os espíritos eram deuses. A passagem do politeísmo para o monoteísmo foi resultado do desenvolvimento mental do homem, que através da sua evolução espiritual pode compreender a realidade de um Deus único.
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Os homens, na antiguidade, não compreendiam a existência de um Deus soberano e bondoso. Estavam iniciando sua evolução moral e como encontravam-se muito ligados à matéria, para agradarem a Deus, eles O presenteavam com coisas materiais de grande valor, que era o alimento, e no caso os animais. Com o tempo e devido a sua imperfeição e ignorância, o homem cometeu abusos realizando sacrifícios humanos.
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Na medida em que o homem foi evoluindo, foi tomando consciência dos seus equívocos e deixou de fazer sacrifícios humanos e de animais, passando a oferecer-Lhe frutos da terra.
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Hoje em dia muitos já compreendem que a Deus importa a intenção e não o fato ou objeto. Para Deus, o melhor sacrifício seria o nosso esforço em melhorar e evoluir espiritualmente. Praticar o bem, amparar os pobres e aflitos, amar ao próximo é a melhor forma de adorar a Deus.
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Baseado no Cap II, Lei de Adoração, do livro terceiro, do O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec.

Para refletir

Era uma vez um lugar chamado Cidade dos Resmungos, onde todos resmungavam, resmungavam, resmungavam. No verão, resmungavam que estava muito quente. No inverno, que estava muito frio. Quando chovia, as crianças choramingavam porque não podiam sair. Quando fazia sol, reclamavam que não tinham o que fazer. Os vizinhos queixavam-se uns dos outros, os pais queixavam-se dos filhos, os irmãos das irmãs. Todos tinham um problema, e todos reclamavam que alguém deveria fazer alguma coisa.
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Um dia chegou à cidade um mascate carregando um enorme cesto às costas. Ao perceber toda aquela inquietação e choradeira, pôs o cesto no chão e gritou: - Ó cidadãos deste belo lugar! Os campos estão abarrotados de trigo, os pomares carregados de frutas. As cordilheiras estão cobertas de florestas espessas, e os vales banhados por rios profundos. Jamais vi um lugar abençoado por tantas conveniências e tamanha abundância. Por que tanta insatisfação? Aproximem-se, e eu lhes mostrarei o caminho para a felicidade.
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Ora, a camisa do mascate estava rasgada e puída. Havia remendos nas calças e buracos nos sapatos. As pessoas riram que alguém como ele pudesse mostrar-lhes como ser feliz. Mas enquanto riam, ele puxou uma corda comprida do cesto e a esticou entre os dois postes na praça da cidade. Então segurando o cesto diante de si, gritou:
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- Povo desta cidade! Aqueles que estiverem insatisfeitos escrevam seus problemas num pedaço de papel e ponham dentro deste cesto. Trocarei seus problemas por felicidade!
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A multidão se aglomerou ao seu redor. Ninguém hesitou diante da chance de se livrar dos problemas. Todo homem, mulher e criança da vila rabiscou sua queixa num pedaço de papel e jogou no cesto. Eles observaram o mascate pegar cada problema e pendurá-lo na corda. Quando ele terminou, havia problemas tremulando em cada polegada da corda, de um extremo a outro. Então ele disse: Agora cada um de vocês deve retirar desta linha mágica o menor problema que puder encontrar.
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Todos correram para examinar os problemas. Procuraram, manusearam os pedaços de papel e ponderaram, cada qual tentando escolher o menor problema. Depois de algum tempo a corda estava vazia.
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Eis que cada um segurava o mesmíssimo problema que havia colocado no cesto. Cada pessoa havia escolhido os seu próprio problema, julgando ser ele o menor da corda.
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Daí por diante, o povo daquela cidade deixou de resmungar o tempo todo. E sempre que alguém sentia o desejo de resmungar ou reclamar, pensava no mascate e na sua corda mágica.
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Obra: O Livro das virtudes II – O Compasso Moral, De William J. Bennett

sábado, 1 de dezembro de 2007

Natal Permanente


E para nós, onde JESUS nasceu?

Perguntemos a Maria de Magdala, onde e quando nasceu JESUS. E ela nos responderá: - JESUS nasceu em Betânia. Foi certa vez, que a Sua voz, tão cheia de pureza e santidade, despertou em mim a sensação de uma vida nova com a qual até então jamais sonhara.
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Perguntemos a Francisco de Assis o que ele sabe sobre o nascimento de JESUS. Ele nos responderá:- Ele nasceu no dia em que, na praça de Assis entreguei minha bolsa, minhas roupas e até meu nome para segui-Lo incondicionalmente, pois sabia que somente ele é a fonte inesgotável de amor.
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Perguntemos a Pedro quando se deu o nascimento de JESUS, Ele nos responderá: - Jesus nasceu no pátio do palácio de Caifas, na noite em que o galo cantou pela terceira vez, no momento em que eu O havia negado. Foi nesse instante que acordou minha consciência para a verdadeira vida.
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Perguntemos a Paulo de Tarso, quando se deu o nascimento de JESUS. Ele nos responderá:- Jesus nasceu na Estrada de Damasco quando, envolvido por intensa luz que me deixou cego, pude ver a figura nobre e serena que me perguntava: Saulo, Saulo porque me persegue? E na cegueira passei a enxergar um mundo novo quando eu Lhe disse:- Senhor, o que queres que eu faça?!
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Perguntemos a Joana de Cusa onde e quando nasceu JESUS. E ela nos responderá:- Jesus nasceu no dia em que, amarrada ao poste do circo em Roma, eu ouvi o povo gritar:- Negue! Negue!E o soldado com a tocha acesa dizendo:- Este teu Cristo ensinou-lhe apenas a morrer?Foi neste instante que, sentindo o fogo subir pelo meu corpo, pude com toda certeza e sinceridade dizer:- Não me ensinou só isso, JESUS ensinou-me também a amá-Lo.
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Perguntemos a Tomé onde e quando nasceu JESUS. Ele nos responderá:- Jesus nasceu naquele dia inesquecível em que Ele me pediu para tocar as Suas chagas e me foi dado testemunhar que a morte não tinha poder sobre o Filho de DEUS. Só então compreendi o sentido de Suas palavras:- Eu sou o caminho, a verdade e a vida.
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Perguntemos à mulher da Samaria o que ela sabe sobre o nascimento de JESUS. E ela nos responderá:- Jesus nasceu junto à fonte de Jacob na tarde em que me pediu de beber e me disse:- Mulher Eu posso te dar a água viva que sacia toda a sede, pois vem do amor de DEUS e santifica as criaturas.Naquela tarde soube que JESUS era realmente um profeta de DEUS e lhe pedi: - Senhor, dá-me desta água.
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Perguntemos a João Batista quando se deu o nascimento de JESUS. Ele nos responderá:- Jesus nasceu no instante em que, chegando ao rio Jordão, pediu-me que O batizasse.E ante a meiguice do Seu olhar e a majestade da Sua figura pude ouvir a mensagem do Alto:- Este é o Meu Filho Amado, no qual pus a Minha complacência!- Compreendi que chegara o momento de Ele crescer e eu diminuir, para a glória de DEUS.
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Perguntemos a Lázaro onde e quando nasceu JESUS? Ele nos responderá:- Jesus nasceu em Betânia, na tarde em que visitou o meu túmulo e disse: - Lázaro! Levanta.Neste momento compreendi finalmente quem Ele era... A Ressurreição e a Vida!
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Perguntemos a Judas Iscariotes quando se deu o nascimento de JESUS. Ele nos responderá:- Jesus nasceu no instante em que eu assistia ao seu julgamento e a sua condenação.Compreendi que JESUS estava acima de todos os tesouros terrenos.
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Perguntemos a Bezerra de Menezes o que ele sabe sobre o nascimento de JESUS e ele nos responderá:- Jesus nasceu no dia em que desci as escadas da Federação Espírita Brasileira e um homem se aproximou dizendo:- Vim devolver-lhe o abraço que me deste em nome de Maria, porque renovei minha fé e a confiança em DEUS.Foi naquele instante que percebi a Sua misericórdia e o Seu imenso amor pelas criaturas.
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Perguntemos, finalmente, a Maria de Nazaré onde e quando nasceu JESUS. E ela nos responderá:-Jesus nasceu em Belém, sob as estrelas, que eram focos de luzes guiando os pastores e suas ovelhas ao berço de palha. Foi quando O segurei em meus braços pela primeira vez e senti se cumprir a promessa de um novo tempo através daquele Menino que DEUS enviara ao mundo, para ensinar aos homens a lei maior do amor.
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Agora pensemos um pouquinho:E para nós, quando JESUS nasceu?
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Pensemos mais um pouquinho:e se descobrirmos que Ele não nasceu?
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Então, procuremos urgentemente fazer com que Ele nasça um dia destes, porque, quando isso acontecer, teremos finalmente entendido o Natal e verdadeiramente encontrado a luz. Que JESUS nasça em nossos corações e que seja sempre Natal em nossas vidas, para que nunca nos falte a Esperança e a Alegria Cristã. É JESUS que vem de novo, falar ao coração do povo!!!
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**Francisco Cândido Xavier
Site: Universo Espírita**

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

O Egoísmo


O egoísmo

Mas os fariseus, quando ouviram que Jesus tinha feito calar a boca aos saduceus, juntaram-se em conselho. E um deles, que era doutor na lei, tentando-o perguntou-lhe: Mestre, qual é o maior mandamento da lei? Jesus lhe disse: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, este é o maior e o primeiro mandamento. E o segundo semelhante a este, é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Estes dois mandamentos contêm toda a lei e os profetas. (Mateus, XXII: 34-40).

Percebe-se que na codificação espírita, o egoísmo, juntamente como orgulho, é uma falha moral de terríveis conseqüências para as criaturas e para o planeta Terra. Tal sentimento sufoca o amor e conduz o indivíduo na exaltação de si mesmo de forma que seus atos e ações são totalmente pensados e analisados no intuito de aferir ganhos pessoais nas situações vividas ao longo da vida, é o interesse pessoal sobrepondo-se acima de tudo e de todos.
Vale salientar que o egoísmo é muito diferente do amor próprio fica claro, no convívio com as outras pessoas, que muitas vezes o que se chama de amor próprio confunde-se com o egoísmo. O amor próprio é o sentimento que leva o indivíduo a se amar independente do que o mundo fala para ele, conduz o indivíduo a ações que tenham como objetivo o melhoramento pessoal, as suas ações ocorrem no intuito de não se auto destruir pois ele entende a preciosidade da vida e das conseqüências que suas ações ocasionarão para si mesmo. O egoísta pesa seus atos de forma que ele sempre saia ganhando à medida que o outro sempre perde alguma coisa. Verifica-se que existem, além do egoísmo pessoal, o egoísmo de família, de casta, de nacionalidade. Assim, a unidade inicial que é a criatura egoísta, quando multiplicada passa a exercer seu exemplo negativo para o próximo, e, com isto, desenvolve as fraquezas latentes morais que existem nas pessoas ao redor. Assim, muitas vezes o egoísmo familiar quando congregado no seio de diversas famílias conduzem ao egoísmo de casta, ou seja, de determinada classe social e posteriormente ao egoísmo nacional.
Como é mencionado no Evangelho Segundo o Espiritismo, o egoísmo é a chaga da humanidade, pois impede que a Terra progrida moralmente porque é o grande obstáculo a vivência da caridade que é a exemplificação maior da lei de amor; essa lei nos leva a “amar ao próximo como a si mesmo”. Os efeitos da lei do amor são o aperfeiçoamento moral da raça humana e a felicidade durante a vida terrena, pois leva às pessoas a prática deste princípio: “não façais aos outros o que não quereis que os outros vos façam, mas fazei, pelo contrário, todo o bem que puderdes”.
Assim, o egoísmo é o alvo para qual todos aqueles desejosos do progresso moral, os verdadeiros crentes da doutrina espírita, devem dirigir suas armas, suas forças e sua coragem. Como dizem os Espíritos superiores, coragem, “porque esta é a qualidade mais necessária para vencer-se a si mesmo do que para vencer aos outros”. Que cada qual, portanto, dedique toda a sua atenção em lutar contra o egoísmo em si próprio, pois ele é a “fonte de todas as misérias humanas”.
Comecemos agora, comecemos a caminhada para vivência do amor, amando ao próximo estaremos vivenciando o mandamento maior que é a lei do amor; amando ao próximo estaremos combatendo o egoísmo e o orgulho; amando ao próximo estaremos exercitando a caridade, que é essa doação de si a outrem; amando ao próximo estaremos sedimentando as conquistas morais que nos auxiliará a chegarmos até o Pai da vida, Deus.

Wagner Ramos Ferreira Júnior

Bibliografia: Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Capítulo XI. Amar o próximo como a si mesmo.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Um estudo sobre a dor

Um estudo sobre a dor


Primeiramente vamos definir a palavra dor. De acordo com o Dicionário Aurélio, Dor pode ser uma sensação desagradável, variável em intensidade e em extensão de localização, produzida pela estimulação de terminações nervosas especiais, pode ser um sofrimento moral, mágoa, pesar ou aflição, e por fim dor pode ser sinônimo de dó, compaixão e condolência. Com base no Wikipédia, a dor é uma sensação desagradável, que varia desde desconforto leve a excruciante, associada a um processo destrutivo atual ou potencial dos tecidos que se expressa através de uma reação orgânica e emocional.

Existem aspectos para a dor. A dor física é aquela que surge de um ferimento ou de uma doença, funcionando como um alarme de que há algo errado no funcionamento do corpo, se não existisse a dor, provavelmente não sobreviveríamos, porém esta dor física afeta a pessoa como um todo. A dor moral é aquela que advém do sofrimento, da emoção. A dor espiritual surge da perda de significado, sentido e esperança, ela é reconhecida quando dizemos que “dói a alma”. O aconselhamento espiritual é uma das necessidades mais solicitadas pelos que estão morrendo e por seus familiares. Claro que estes três aspectos interrelacionam-se e nem sempre é fácil distinguir um do outro.

Todas as pessoas consideradas normais têm horror à dor física. Mas a dor se impõe ao homem como um instrumento necessário para que ele possa compreender e observar a lei da autopreservação. Quando a dor é maior do que conseguimos suportar, simplesmente caímos em estado inconsciente.
Um aspecto importante da dor é o aspecto mental, pois a maioria das dores físicas é exagerada pela nossa reação mental a elas. Muitas vezes, em um acidente, os pais, preocupados em amparar e proteger seus filhos, não sentem a dor de um ferimento, porém assim que suas emoções se acalmam, percebem o ferimento e sentem dor. Muitas vezes eles dizem nem terem tido tempo para pensar nisso.

No Livro dos Espíritos, capítulo VI, item IV. “257. O corpo é o instrumento da dor, se não é sua causa primárias, é pelo menos a imediata. A alma tem a percepção dessa dor: essa percepção é o efeito. A lembrança que ela conserva pode ser muito penosa, mas não pode implicar ação física. Com efeito, o frio e o calor não podem desorganizar os tecidos da alma; a alma não pode regelar-se nem queimar. Não vemos, todos os dias, a lembrança ou a preocupação de um mal físico produzir os seus efeitos? E até mesmo ocasionar a morte? Todos sabem que as pessoas que sofreram amputações sentem dor no membro que não mais existe. Seguramente não é esse membro a sede, nem o ponto de partida da dor: o cérebro conservou a impressão, eis tudo. Podemos, portanto, supor que há qualquer coisa de semelhante nos sofrimentos dos Espíritos depois da morte. ...”
“O perispírito é o liame que une o Espírito à matéria do corpo; é tomado do meio ambiente, do fluido universal; contém ao mesmo tempo eletricidade, fluido magnético e. até certo ponto, a própria matéria inerte... É também o agente das sensações externas. No corpo, estas sensações estão localizadas nos órgãos que lhes servem de canais. Destruído o corpo, as sensações se tornam generalizadas. Eis porque o Espírito não diz que sofre mais da cabeça que dos pés... Liberto do corpo, o Espírito pode sofrer, mas esse sofrimento não é o mesmo do corpo; não obstante, não é também um sofrimento exclusivamente moral, como o remorso, pois ele se queixa de frio ou de calor... A dor que sente não é dor física propriamente dita: é um vago sentimento interior, de que o próprio espírito nem sempre tem perfeita consciência, porque a dor não está localizada e não é produzida por agentes exteriores; é, antes, uma lembrança também penosa...”.

Um espírito já desencarnado pode acreditar estar sentindo dor, pois sua mente ainda mantém a percepção desta dor. Ele não sente uma dor física, pois esta dor é inerente ao corpo, que já não existe mais, mas por estar muito apegado à matéria e acreditar que possui um corpo, sua mente “percebe” a dor.

Desde o século passado, a ciência já conhece quais os neurônios envolvidos na percepção da dor, mas o mais importante é o processo mental que irá interpretar esta dor. Ou seja, a forma como é expressa esta dor está fortemente ligada à cultura, à personalidade, às experiências anteriores, à memória e ao ambiente do indivíduo. Desta forma, podemos concluir que a dor é um processo mental interpretativo, não passa de uma opinião pessoal. Sem dúvida é uma sensação em uma ou mais partes do organismo, mas sempre é desagradável, e, portanto representa uma experiência emocional. Estamos diante de um fenômeno dual, de um lado a percepção da sensação e de outro a resposta emocional do indivíduo a ela. Assim, nem sempre quem está sentindo dor está sofrendo. O sofrimento é uma questão subjetiva e está mais ligada à moral da pessoa. Nem toda dor leva ao sofrimento e nem todo sofrimento requer a presença de dor física. A dor sempre representa um estado psicológico, muito embora saibamos que a dor na maioria das vezes apresenta uma causa física imediata.

Já dizia Emmanuel, “Toda dor física é um fenômeno, enquanto que a dor moral é essência.” (O Consolador, Francisco Cândido Xavier).

Muitas vezes esta dor, que no plano biológico, é como uma advertência de utilidade incontestável repercute na vida psicológica do indivíduo, extrapolando esta utilidade biológica e dependendo da sua intensidade poderá assumir dimensões tais que gerariam um desejo de se eliminar a própria vida. Na verdade, não é uma verdadeira vontade de
eliminar a vida, mas um desejo de pôr fim a uma dor interpretada como intolerável.

A psicologia já vem afirmando algo nesta direção, diz esta ciência que dar significado à condição sofrida freqüentemente reduz ou mesmo elimina o sofrimento a ela associado. A transcendência seria provavelmente a forma mais poderosa na qual alguém pode ter sua integridade restaurada.

Desde que renascemos, até a desencarnação, estamos sempre diante da dor e do sofrimento. A Doutrina espírita não faz apologia da dor, apenas nos esclarece o pôr que da dor.

“É necessário sofrer para adquirir e conquistar. Aqueles que não sofreram, mal podem compreender estas coisas”. Leon Denis, Cap. XXVI do livro “ O problema do ser, do Destino e da Dor”.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Relação das Obras de Allan Kardec



http://aeradoespirito.sites.uol.com.br/A_ERA_DO_ESPIRITO_-_Portal/Codificacao_Espirita/Chamada/Codificacao_Espirita.html


1857 - O Livro dos Espíritos
Esta obra traz os fundamentos do Espiritismo e expõe, através de respostas dadas por espíritos superiores, a síntese de uma nova filosofia espiritualista. Em sua primeira edição, estava dividida em 3 partes, contendo 501 perguntas. Em sua segunda edição, de 1860, já aparecia dividida em 4 partes, contendo as atuais 1019 questões.


Janeiro de 1858 à abril de 1869 - Revista Espírita - Jornal de Estudos Psicológicos
Publicação mensal composta de artigos e comunicações obtidas, principalmente, na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas. Veja a definição deste periódico nas palavras do próprio Kardec: "O relato das manifestações materiais ou inteligentes dos Espíritos, aparições, evocações, etc, bem como todas as notícias relativas ao Espiritismo. - O ensino dos Espíritos sobre as coisas do mundo visível e do invisível; sobre as ciências, a moral, a imortalidade da alma, a natureza do homem e o seu futuro. - A história do Espiritismo na antiguidade; suas relações com o magnetismo e com o sonambulismo; a explicação das lendas e das crenças populares, da mitologia de todos os povos, etc..." .


1858 - Instruções Práticas sobre as Manifestações Espíritas
Obra contendo diretrizes básicas para a prática da mediunidade, substituído em janeiro de 1861 pelo O Livro dos Médiuns.


1859 - O que é o Espiritismo
Livro que traz os princípios básicos do Espiritismo.


1861 - O Livro dos Médiuns
Trata da mediunidade, em seus aspectos teórico e experimental. Considerado o livro científico da doutrina espírita.


1862 - O Espiritismo em sua Expressão mais Simples
Pequeno livro para iniciantes no estudo doutrinário.


1862 - Viagem Espírita em 1862
Contém diversos discursos feitos por Kardec ao iniciante movimento espírita da França, quando ele percorreu suas principais cidades. É o registro da viagem que ele realizou a partir de 1860.


1862 - Resposta à Mensagem dos Espíritas Lioneses por ocasião do Ano Novo
Opúsculo que Kardec dirigiu ao movimento espírita de Lyon, sua cidade natal.


1864 - O Evangelho Segundo o Espiritismo
Trata da parte ético-moral da doutrina espírita, trazendo uma nova interpretação do Evangelho Bíblico de Jesus de Nazaré, analisado à luz do Espiritismo. Em sua primeira edição, chamava-se "Imitação do Evangelho Segundo o Espiritismo", adquirindo o nome definitivo a partir da segunda edição de 1865.


1865 - Coleção de Composições Inéditas
Pequeno livro que contém trechos de "O Evangelho Segundo o Espiritismo".


1865 - O Céu e o Inferno, ou A Justiça Divina Segundo o Espiritismo - "As penas e gozos segundo o Espiritismo".
É um detalhamento da quarta parte de "O Livro dos Espíritos". Traz o aprofundamento de alguns conceitos cristãos, segundo a ótica espírita: A vida após a morte, o Céu, o Inferno, o Purgatório e a Justiça Divina.


1865 - Coleção de Preces Espíritas
Obra feita a partir do cap. XXVIII de "O Evangelho Segundo o Espiritismo".


1867 - Estudo acerca da Poesia Medianímica
Coletânea de poesias recebidas pelo médium Vavasseur, em que Kardec coloca seus comentários e interpretações.

1868 - Caracteres da Revelação Espírita
Obra que contém trechos extraídos da Revista Espírita. Encontra-se inserido, também, no capítulo I, do livro A Gênese.

1868 - A Gênese, os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo
Obra de caráter científico e filosófico, é dividida em 2 partes: A primeira, detalha a criação tanto material quanto orgânica e espiritual; a segunda parte trata de Jesus, dos milagres e das predições.


1890 - Obras Póstumas
Publicada após o desencarne do mestre lionês, esta obra traz uma coletânea de textos inéditos que tratam de diversos assuntos como música, prece, história do Espiritismo e outros.

FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO

Se procuras ensejo para realizar-te,
em matéria de paz e felicidade, age e serve sempre.

Emmanuel

FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO (ESE)