quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

As Penas Futuras Segundo o Espiritismo


Nós somos Espíritos em evolução, moral e intelectual, e de acordo com o nosso desenvolvimento teremos maior responsabilidade moral dos nossos atos na vida. É através da inteligência e do senso moral que iremos adquirir as noções do bem e do mal, do justo e do injusto. Desta forma, quanto mais esclarecidos nós formos, maior será a nossa responsabilidade.

A Felicidade perfeita é inerente à perfeição, ou seja, à purificação completa do Espírito. Enquanto não alcança este estado evolutivo, o Espírito sofre na vida espiritual as conseqüências de todas as imperfeições de que não se libertou durante a vida corpórea. Não há uma só imperfeição da alma que não acarrete conseqüências desagradáveis e inevitáveis, assim como não há uma só qualidade boa que não seja fonte de ventura.

A Lei do progresso possibilita ao Espírito conquistar o bem que lhe falta e libertar-se do que ainda possui de mal, sempre segundo os seus esforços e a sua vontade.

Estando o sofrimento inseparavelmente ligado à imperfeição, e a felicidade sendo inerente à perfeição, a alma leva em si mesma o seu próprio castigo, onde quer que se encontre.

O bem ou o mal que praticamos são os resultados das boas e más qualidades que possuímos, e devemos lembrar que não fazer o bem que se pode fazer é uma prova de imperfeição.

O Espírito sofre segundo o que fez sofrer. Compreende melhor os inconvenientes do seu procedimento e é levado a se corrigir. A Justiça de Deus por ser infinita, leva em conta todo o mal e todo o bem. Toda falta cometida, todo mal praticado é uma dívida contraída e que terá que ser paga. Desta forma, o Espírito sofre de acordo com as suas imperfeições, seja no mundo espiritual, seja no mundo corporal. A Expiação varia segundo a natureza e a gravidade da falta. A lei geral é a de que toda falta recebe uma punição e toda boa ação tem a sua recompensa segundo o seu valor.

A duração do castigo está subordinada ao melhoramento do Espírito culpado. Uma condição que é inerente à inferioridade dos Espíritos é a de não ver o termo de sua situação e acreditar que sofrem para sempre. O arrependimento é o primeiro passo para o melhoramento. Arrependimento, expiação e reparação são as três condições necessárias para apagar os traços de uma falta e as suas conseqüências. O arrependimento pode ocorrer em qualquer lugar ou tempo, a expiação consiste nos sofrimentos físicos e morais que são a conseqüência de falta cometida e a reparação consiste em praticar o bem para aquele mesmo, a quem se fez o mal, ou fazer o que se deixou de fazer, cumprir os deveres negligenciados ou desprezados. Muitas vezes, os Espíritos Imperfeitos são afastados dos mundos felizes porque perturbariam a sua harmonia. Como o Espírito conserva sempre o seu livre-arbítrio, melhora às vezes de maneira lenta e sua obstinação no mal é bastante firme. Porém, sejam quais forem a inferioridade e a perversidade dos Espíritos, Deus jamais os abandona.

Cada um só é responsável pelas suas próprias faltas. Embora a diversidade de punições seja infinita, existem as que são inerentes à inferioridade dos Espíritos e cujas conseqüências. Salvo algumas nuanças, são mais ou menos idênticas.
Um fenômeno muito freqüente entre os Espíritos de um certo grau de inferioridade moral consiste em se acreditarem ainda vivos após a morte, e essa ilusão pode se prolongar durante anos, através dos quais eles experimentam todas as necessidades, todos os tormentos e todas as perplexidades da vida.

Para o criminoso, a visão incessante de suas vítimas e das circunstâncias do crime é um suplício cruel. Alguns espíritos são mergulhados em trevas espessas. Outros são postos num isolamento absoluto, no espaço, atormentados pelo fato de não saberem qual a sua condição e o seu destino. O meio de evitar ou atenuar as conseqüências de suas faltas na vida futura é desfazer-se o mais possível dos seus defeitos na vida presente.

A situação do Espírito, desde a sua entrada na vida espiritual, é aquela que ele mesmo se preparou durante a sua vida corporal. A Misericórdia de Deus é sem dúvida infinita, mas não é cega.

As penas sendo temporárias e subordinadas ao arrependimento e à reparação, que dependem da livre vontade do homem, acontece o mesmo com os castigos e os remédios que devem ajudar a curar as feridas do mal. As penas que o Espírito sofre na vida espiritual juntam-se às da vida corporal, que são a conseqüência das imperfeições do homem, de suas paixões, do mau emprego de suas faculdades, e a expiação de suas faltas presentes e passadas.

A Justiça de Deus brilha precisamente na igualdade absoluta que rege a criação de todos os Espíritos.

Podemos resumir dizendo que o sofrimento é inerente à imperfeição, que toda imperfeição, e toda a falta que dela decorre, trazem o seu próprio castigo nas suas conseqüências naturais e inevitáveis, como a doença decorre dos excessos, sem que haja necessidade de uma condenação especial para cada falta e cada indivíduo.

Toda pessoa podendo corrigir as suas imperfeições pela sua própria vontade, pode poupar-se os males que delas decorrem e assegurar a sua felicidade futura.


Baseado no Capítulo VII, da primeira parte, As Penas Futuras Segundo o Espiritismo, do Livro O Céu e o Inferno, Allan Kardec.

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