segunda-feira, 26 de novembro de 2007

O Egoísmo


O egoísmo

Mas os fariseus, quando ouviram que Jesus tinha feito calar a boca aos saduceus, juntaram-se em conselho. E um deles, que era doutor na lei, tentando-o perguntou-lhe: Mestre, qual é o maior mandamento da lei? Jesus lhe disse: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, este é o maior e o primeiro mandamento. E o segundo semelhante a este, é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Estes dois mandamentos contêm toda a lei e os profetas. (Mateus, XXII: 34-40).

Percebe-se que na codificação espírita, o egoísmo, juntamente como orgulho, é uma falha moral de terríveis conseqüências para as criaturas e para o planeta Terra. Tal sentimento sufoca o amor e conduz o indivíduo na exaltação de si mesmo de forma que seus atos e ações são totalmente pensados e analisados no intuito de aferir ganhos pessoais nas situações vividas ao longo da vida, é o interesse pessoal sobrepondo-se acima de tudo e de todos.
Vale salientar que o egoísmo é muito diferente do amor próprio fica claro, no convívio com as outras pessoas, que muitas vezes o que se chama de amor próprio confunde-se com o egoísmo. O amor próprio é o sentimento que leva o indivíduo a se amar independente do que o mundo fala para ele, conduz o indivíduo a ações que tenham como objetivo o melhoramento pessoal, as suas ações ocorrem no intuito de não se auto destruir pois ele entende a preciosidade da vida e das conseqüências que suas ações ocasionarão para si mesmo. O egoísta pesa seus atos de forma que ele sempre saia ganhando à medida que o outro sempre perde alguma coisa. Verifica-se que existem, além do egoísmo pessoal, o egoísmo de família, de casta, de nacionalidade. Assim, a unidade inicial que é a criatura egoísta, quando multiplicada passa a exercer seu exemplo negativo para o próximo, e, com isto, desenvolve as fraquezas latentes morais que existem nas pessoas ao redor. Assim, muitas vezes o egoísmo familiar quando congregado no seio de diversas famílias conduzem ao egoísmo de casta, ou seja, de determinada classe social e posteriormente ao egoísmo nacional.
Como é mencionado no Evangelho Segundo o Espiritismo, o egoísmo é a chaga da humanidade, pois impede que a Terra progrida moralmente porque é o grande obstáculo a vivência da caridade que é a exemplificação maior da lei de amor; essa lei nos leva a “amar ao próximo como a si mesmo”. Os efeitos da lei do amor são o aperfeiçoamento moral da raça humana e a felicidade durante a vida terrena, pois leva às pessoas a prática deste princípio: “não façais aos outros o que não quereis que os outros vos façam, mas fazei, pelo contrário, todo o bem que puderdes”.
Assim, o egoísmo é o alvo para qual todos aqueles desejosos do progresso moral, os verdadeiros crentes da doutrina espírita, devem dirigir suas armas, suas forças e sua coragem. Como dizem os Espíritos superiores, coragem, “porque esta é a qualidade mais necessária para vencer-se a si mesmo do que para vencer aos outros”. Que cada qual, portanto, dedique toda a sua atenção em lutar contra o egoísmo em si próprio, pois ele é a “fonte de todas as misérias humanas”.
Comecemos agora, comecemos a caminhada para vivência do amor, amando ao próximo estaremos vivenciando o mandamento maior que é a lei do amor; amando ao próximo estaremos combatendo o egoísmo e o orgulho; amando ao próximo estaremos exercitando a caridade, que é essa doação de si a outrem; amando ao próximo estaremos sedimentando as conquistas morais que nos auxiliará a chegarmos até o Pai da vida, Deus.

Wagner Ramos Ferreira Júnior

Bibliografia: Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Capítulo XI. Amar o próximo como a si mesmo.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Um estudo sobre a dor

Um estudo sobre a dor


Primeiramente vamos definir a palavra dor. De acordo com o Dicionário Aurélio, Dor pode ser uma sensação desagradável, variável em intensidade e em extensão de localização, produzida pela estimulação de terminações nervosas especiais, pode ser um sofrimento moral, mágoa, pesar ou aflição, e por fim dor pode ser sinônimo de dó, compaixão e condolência. Com base no Wikipédia, a dor é uma sensação desagradável, que varia desde desconforto leve a excruciante, associada a um processo destrutivo atual ou potencial dos tecidos que se expressa através de uma reação orgânica e emocional.

Existem aspectos para a dor. A dor física é aquela que surge de um ferimento ou de uma doença, funcionando como um alarme de que há algo errado no funcionamento do corpo, se não existisse a dor, provavelmente não sobreviveríamos, porém esta dor física afeta a pessoa como um todo. A dor moral é aquela que advém do sofrimento, da emoção. A dor espiritual surge da perda de significado, sentido e esperança, ela é reconhecida quando dizemos que “dói a alma”. O aconselhamento espiritual é uma das necessidades mais solicitadas pelos que estão morrendo e por seus familiares. Claro que estes três aspectos interrelacionam-se e nem sempre é fácil distinguir um do outro.

Todas as pessoas consideradas normais têm horror à dor física. Mas a dor se impõe ao homem como um instrumento necessário para que ele possa compreender e observar a lei da autopreservação. Quando a dor é maior do que conseguimos suportar, simplesmente caímos em estado inconsciente.
Um aspecto importante da dor é o aspecto mental, pois a maioria das dores físicas é exagerada pela nossa reação mental a elas. Muitas vezes, em um acidente, os pais, preocupados em amparar e proteger seus filhos, não sentem a dor de um ferimento, porém assim que suas emoções se acalmam, percebem o ferimento e sentem dor. Muitas vezes eles dizem nem terem tido tempo para pensar nisso.

No Livro dos Espíritos, capítulo VI, item IV. “257. O corpo é o instrumento da dor, se não é sua causa primárias, é pelo menos a imediata. A alma tem a percepção dessa dor: essa percepção é o efeito. A lembrança que ela conserva pode ser muito penosa, mas não pode implicar ação física. Com efeito, o frio e o calor não podem desorganizar os tecidos da alma; a alma não pode regelar-se nem queimar. Não vemos, todos os dias, a lembrança ou a preocupação de um mal físico produzir os seus efeitos? E até mesmo ocasionar a morte? Todos sabem que as pessoas que sofreram amputações sentem dor no membro que não mais existe. Seguramente não é esse membro a sede, nem o ponto de partida da dor: o cérebro conservou a impressão, eis tudo. Podemos, portanto, supor que há qualquer coisa de semelhante nos sofrimentos dos Espíritos depois da morte. ...”
“O perispírito é o liame que une o Espírito à matéria do corpo; é tomado do meio ambiente, do fluido universal; contém ao mesmo tempo eletricidade, fluido magnético e. até certo ponto, a própria matéria inerte... É também o agente das sensações externas. No corpo, estas sensações estão localizadas nos órgãos que lhes servem de canais. Destruído o corpo, as sensações se tornam generalizadas. Eis porque o Espírito não diz que sofre mais da cabeça que dos pés... Liberto do corpo, o Espírito pode sofrer, mas esse sofrimento não é o mesmo do corpo; não obstante, não é também um sofrimento exclusivamente moral, como o remorso, pois ele se queixa de frio ou de calor... A dor que sente não é dor física propriamente dita: é um vago sentimento interior, de que o próprio espírito nem sempre tem perfeita consciência, porque a dor não está localizada e não é produzida por agentes exteriores; é, antes, uma lembrança também penosa...”.

Um espírito já desencarnado pode acreditar estar sentindo dor, pois sua mente ainda mantém a percepção desta dor. Ele não sente uma dor física, pois esta dor é inerente ao corpo, que já não existe mais, mas por estar muito apegado à matéria e acreditar que possui um corpo, sua mente “percebe” a dor.

Desde o século passado, a ciência já conhece quais os neurônios envolvidos na percepção da dor, mas o mais importante é o processo mental que irá interpretar esta dor. Ou seja, a forma como é expressa esta dor está fortemente ligada à cultura, à personalidade, às experiências anteriores, à memória e ao ambiente do indivíduo. Desta forma, podemos concluir que a dor é um processo mental interpretativo, não passa de uma opinião pessoal. Sem dúvida é uma sensação em uma ou mais partes do organismo, mas sempre é desagradável, e, portanto representa uma experiência emocional. Estamos diante de um fenômeno dual, de um lado a percepção da sensação e de outro a resposta emocional do indivíduo a ela. Assim, nem sempre quem está sentindo dor está sofrendo. O sofrimento é uma questão subjetiva e está mais ligada à moral da pessoa. Nem toda dor leva ao sofrimento e nem todo sofrimento requer a presença de dor física. A dor sempre representa um estado psicológico, muito embora saibamos que a dor na maioria das vezes apresenta uma causa física imediata.

Já dizia Emmanuel, “Toda dor física é um fenômeno, enquanto que a dor moral é essência.” (O Consolador, Francisco Cândido Xavier).

Muitas vezes esta dor, que no plano biológico, é como uma advertência de utilidade incontestável repercute na vida psicológica do indivíduo, extrapolando esta utilidade biológica e dependendo da sua intensidade poderá assumir dimensões tais que gerariam um desejo de se eliminar a própria vida. Na verdade, não é uma verdadeira vontade de
eliminar a vida, mas um desejo de pôr fim a uma dor interpretada como intolerável.

A psicologia já vem afirmando algo nesta direção, diz esta ciência que dar significado à condição sofrida freqüentemente reduz ou mesmo elimina o sofrimento a ela associado. A transcendência seria provavelmente a forma mais poderosa na qual alguém pode ter sua integridade restaurada.

Desde que renascemos, até a desencarnação, estamos sempre diante da dor e do sofrimento. A Doutrina espírita não faz apologia da dor, apenas nos esclarece o pôr que da dor.

“É necessário sofrer para adquirir e conquistar. Aqueles que não sofreram, mal podem compreender estas coisas”. Leon Denis, Cap. XXVI do livro “ O problema do ser, do Destino e da Dor”.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Relação das Obras de Allan Kardec



http://aeradoespirito.sites.uol.com.br/A_ERA_DO_ESPIRITO_-_Portal/Codificacao_Espirita/Chamada/Codificacao_Espirita.html


1857 - O Livro dos Espíritos
Esta obra traz os fundamentos do Espiritismo e expõe, através de respostas dadas por espíritos superiores, a síntese de uma nova filosofia espiritualista. Em sua primeira edição, estava dividida em 3 partes, contendo 501 perguntas. Em sua segunda edição, de 1860, já aparecia dividida em 4 partes, contendo as atuais 1019 questões.


Janeiro de 1858 à abril de 1869 - Revista Espírita - Jornal de Estudos Psicológicos
Publicação mensal composta de artigos e comunicações obtidas, principalmente, na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas. Veja a definição deste periódico nas palavras do próprio Kardec: "O relato das manifestações materiais ou inteligentes dos Espíritos, aparições, evocações, etc, bem como todas as notícias relativas ao Espiritismo. - O ensino dos Espíritos sobre as coisas do mundo visível e do invisível; sobre as ciências, a moral, a imortalidade da alma, a natureza do homem e o seu futuro. - A história do Espiritismo na antiguidade; suas relações com o magnetismo e com o sonambulismo; a explicação das lendas e das crenças populares, da mitologia de todos os povos, etc..." .


1858 - Instruções Práticas sobre as Manifestações Espíritas
Obra contendo diretrizes básicas para a prática da mediunidade, substituído em janeiro de 1861 pelo O Livro dos Médiuns.


1859 - O que é o Espiritismo
Livro que traz os princípios básicos do Espiritismo.


1861 - O Livro dos Médiuns
Trata da mediunidade, em seus aspectos teórico e experimental. Considerado o livro científico da doutrina espírita.


1862 - O Espiritismo em sua Expressão mais Simples
Pequeno livro para iniciantes no estudo doutrinário.


1862 - Viagem Espírita em 1862
Contém diversos discursos feitos por Kardec ao iniciante movimento espírita da França, quando ele percorreu suas principais cidades. É o registro da viagem que ele realizou a partir de 1860.


1862 - Resposta à Mensagem dos Espíritas Lioneses por ocasião do Ano Novo
Opúsculo que Kardec dirigiu ao movimento espírita de Lyon, sua cidade natal.


1864 - O Evangelho Segundo o Espiritismo
Trata da parte ético-moral da doutrina espírita, trazendo uma nova interpretação do Evangelho Bíblico de Jesus de Nazaré, analisado à luz do Espiritismo. Em sua primeira edição, chamava-se "Imitação do Evangelho Segundo o Espiritismo", adquirindo o nome definitivo a partir da segunda edição de 1865.


1865 - Coleção de Composições Inéditas
Pequeno livro que contém trechos de "O Evangelho Segundo o Espiritismo".


1865 - O Céu e o Inferno, ou A Justiça Divina Segundo o Espiritismo - "As penas e gozos segundo o Espiritismo".
É um detalhamento da quarta parte de "O Livro dos Espíritos". Traz o aprofundamento de alguns conceitos cristãos, segundo a ótica espírita: A vida após a morte, o Céu, o Inferno, o Purgatório e a Justiça Divina.


1865 - Coleção de Preces Espíritas
Obra feita a partir do cap. XXVIII de "O Evangelho Segundo o Espiritismo".


1867 - Estudo acerca da Poesia Medianímica
Coletânea de poesias recebidas pelo médium Vavasseur, em que Kardec coloca seus comentários e interpretações.

1868 - Caracteres da Revelação Espírita
Obra que contém trechos extraídos da Revista Espírita. Encontra-se inserido, também, no capítulo I, do livro A Gênese.

1868 - A Gênese, os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo
Obra de caráter científico e filosófico, é dividida em 2 partes: A primeira, detalha a criação tanto material quanto orgânica e espiritual; a segunda parte trata de Jesus, dos milagres e das predições.


1890 - Obras Póstumas
Publicada após o desencarne do mestre lionês, esta obra traz uma coletânea de textos inéditos que tratam de diversos assuntos como música, prece, história do Espiritismo e outros.

FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO

Se procuras ensejo para realizar-te,
em matéria de paz e felicidade, age e serve sempre.

Emmanuel

FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO (ESE)