quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Mito Guarani da Criação

"A figura primária na maioria das lendas Guaranis da criação é Yamandú (ou Nhanderú ou Tupã), o deus Sol e realizador de toda a criação. Com a ajuda da deusa lua Arasy, Tupã desceu à Terra num lugar descrito como um monte na região do Aregúa, Paraguai, e deste local criou tudo sobre a face da Terra, incluindo o oceano, florestas e animais. Também as estrelas foram colocadas no céu nesse momento.

Tupã então criou a humanidade (de acordo com a maioria dos mitos Guaranis, eles foram, naturalmente, a primeira raça criada, com todas as outras civilizações nascidas deles) em uma cerimônia elaborada, formando estátuas de argila do homem e da mulher com uma mistura de vários elementos da natureza. Depois de soprar vida nas formas humanas, deixou-os com os espíritos do bem e do mal e partiu.

Primeiros Humanos

Os humanos originais criados por Tupã eram Rupave e Sypave, nomes que significam "Pai dos povos" e "Mãe dos povos", respectivamente. O par teve três filhos e um grande número de filhas. O primeiro dos filhos foi Tumé Arandú, considerado o mais sábio dos homens e o grande profeta do povo Guarani. O segundo filho foi Marangatú, um líder generoso e benevolente do seu povo, e pai de Kerana, a mãe dos sete montros legendários do mito Guarani (veja abaixo). Seu terceiro filho foi Japeusá, que foi, desde o nascimento, considerado um mentiroso, ladrão e trapaceiro, sempre fazendo tudo ao contrário para confundir as pessoas e tirar vantagem delas.

Ele eventualmente cometeu suicídio, afogando-se, mas foi ressucitado como um caranguejo, e desde então todos os caranguejos foram amaldiçoados para andar para trás como Japeusá.
Entre as filhas de Rupave e Sypave estava Porâsý, notável por sacrificar sua própria vida para livrar o mundo de um dos sete monstros legendários, diminuindo seu poder (e portanto o poder do mal como um todo).

Crê-se que vários dos primeiros humanos ascenderam em suas mortes e se tornaram entidades menores.

Os Sete Monstros Legendários

Kerana, a bela filha de Marangatú, foi capturada pela personificação ou espírito mau chamado Tau. Juntos eles tiveram sete filhos, que foram amaldiçoados pela grande deusa Arasy, e todos exceto um nasceram como monstros horríveis. Os sete são considerados figuras primárias na mitologia Guarani, e enquanto vários dos deuses menores ou até os humanos originais são esquecidos na tradição verbal de algumas áreas, estes sete são geralmente mantidos nas lendas. Alguns são acreditados até tempos modernos em áreas rurais. Os sete filhos de Tau e Kerana são, em ordem de nascimento:

Teju Jagua, deus ou espírito das cavernas e frutas
Mboi Tu'i, deus dos cursos de água e criaturas aquáticas
Moñai, deus dos campos abertos. Ele foi derrotado pelo sacrifício de Porâsý
Yacy Yateré, deus da sesta, único dos sete a não aparecer como monstro
Kurupi, deus da sexualidade e fertilidade
Ao Ao, deus dos montes e montanhas
Luison, deus da morte e tudo relacionado a ela "

Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_guarani"

Völuspá: a origem e o final do mundo (Nórdica)

"A origem e o final eventual do mundo são descritas em Völuspá ("A profecia dos Völva" ou "A profecia de Sybil"), um dos poemas mais impressionantes no Edda poético. Estes versos assombrados contêm uma das mais vívidas criações em toda a história religiosa e representa a destruição do mundo, cuja originalidade está na sua atenção aos detalhes.

No Völuspá, Odin, deus principal do panteão dos nórdicos, conjura do espírito de um Völva morto (Shaman ou Sybil) e requer que este espírito revele o passado e o futuro. O espírito se mostra relutante: "O que você pede de mim? Porque você me tenta?"; mas como ela se encontra morta, não mostra nenhum medo de Odin, e continuamente o pergunta, de forma grosseira: "Bem, você quer saber mais?" Mas Odin insiste: se deve cumprir sua função como o rei dos deuses, deve possuir todo o conhecimento. Uma vez que o sybil revela os segredos de passado e de futuro, cai para trás em forma de limbo: "Eu dissiparei agora".

O Passado

No início havia somente o mundo das névoas, Niflheim e o mundo de fogo, Musphelhein, e entre eles havia o Ginungagap, "um grande vazio" no qual nada vivia. Em Ginnungagap, o fogo e a névoa se encontraram formando um enorme bloco de gelo. Como o fogo de Muspelheim era muito forte e eterno, o gelo foi derretendo até surgir a forma de um gigante primordial, Ymir, que dormiu durante muitas eras. O seu suor deu origem aos primeiros gigantes. E do gelo também surgiu uma vaca gigante, Audumbla, cujo o leite jorrava de suas tetas primordiais em forma de 4 grandes rios que alimentavam Ymir. A vaca lambeu o gelo e criou o primeiro deus, Buro, que foi pai de Borr, que por sua vez foi pai do primeiro Æsir, Odin, e seus irmãos, Vili e Ve. Então, os filhos de Borr, Odin, Vili e Ve, destroçaram o corpo de Ymir e, a partir deste, criaram o mundo. De seus ossos e dentes surgiram as rochas e as montanhas e de seu cérebro surgiram as nuvens.

Os deuses regularam a passagem dos dias e noites, assim como das estações. Os primeiros seres humanos eram Ask (carvalho) e Embla (olmo), que foram esculpidos em madeira e trazidos à vida pelos deuses Odin, Honir/Vili e Lodur/Ve. Sol era a deusa do sol, filha de Mundilfari e esposa de Glen. Todo dia, ela montava através do céu em sua carruagem puxada por dois cavalos nomeados Alsvid e Arvak. Esta passagem é conhecida como Alfrodul, que significa "glória dos elfos", que se tornou um kenning comum para o sol. Sol era perseguida durante o dia por Skoll, um lobo que queria devorá-la. Os eclipses solares significavam que Skoll quase a capturava. Na mitologia, era fato que Skoll eventualmente conseguia capturar Sol e a devorava; entretanto, a mesma era substituída por sua filha. O irmão de Sol, a lua, Mani, era perseguido por Hati, um outro lobo. Na mitologia nórdica, a terra era protegida do calor do sol por Svalin, que permanecia entre a terra e a estrela. Nas crenças nórdicas, o sol não fornecia luz, que emanava da juba de Alsvid e Arvak.

A Sybil descreve a enorme árvore que sustenta os nove mundos, Yggdrasil e as três Nornas (símbolos femininos da fé inexorável, conhecidas como Urðr (Urdar), Verðandi (Verdante) e Skuld, que indicam o passado, a atualidade e futuro), as quais tecem as linhas do destino. Descreve também a guerra inicial entre o Æsir e o Vanir e o assassinato de Balder. Então, o espírito gira sua atenção ao futuro.

O Futuro

A visão antiga dos nórdicos sobre o futuro é notavelmente sombria e pálida. No final, as forças do caos serão superiores em número e força aos guardiões divinos e humanos da ordem. Loki e suas crianças monstruosas explodirão suas uniões; os mortos deixarão Niflheim para atacar a vida. Heimdall, guardião das divindades, convoncará os deuses com o soar de sua trombeta de chifre. Se seguirá uma batalha final entre ordem e caos(Ragnarök), que os deuses perderão, como é seu destino. Os deuses, cientes de sua sina, recolherão os guerreiros mais finos, o Einherjar, para lutar em seu lado quando este dia vier. No entanto, no final, seus poderes serão pequenos para impedir que o mundo caia no caos onde ele se emergiu, e os deuses e seu mundo serão destruídos. Odin será engolido por Fenrir, o lobo. Mesmo assim, ainda haverá alguns sobreviventes, humanos e divinos, que povoarão um mundo novo, para começar um novo ciclo. Ou assim Sybil nos diz; os estudiosos ainda se dividem na interpretação das últimas estrofes e deixam em dúvida se esta não foi uma adição atrasada ao mito por causa da influência cristã. Se a referência for anterior a cristianização, o mito do final dos tempos do Völuspá pode refletir uma tradição Indo-Européia que se deriva dos mitos do Zoroastrismo persa. O Zoroastrismo inspirou também os mitos de final de mundo do judaísmo e do cristianismo. "

Fonte: Wikipédia.com

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

A Criação – Segundo Popol Vuh, O Livro dos Maias.


“Este é o relato de como tudo estava suspenso, calmo e em silêncio; tudo imóvel, parado e toda extensão do céu estava vazia.
Este é o primeiro relato, a primeira narrativa. Não havia homens, animais, aves, peixes, caranguejos, árvores, pedras, grutas, ravinas, ervas nem florestas. Havia apenas o céu.
A superfície da terra ainda não tinha aparecido. Havia apenas o mar calmo e a grande extensão do céu.
Nada estava unido, nada fazia ruído, nada se movia ou tremia ou podia fazer barulho no céu.
Nada estava de pé. Apenas as águas calmas, o mar plácido, sozinho e tranqüilo. Nada existia.
Havia apenas imobilidade e silêncio na escuridão, na noite. Apenas o Criador, juntamente com os Antepassados, estavam na água rodeada de luz. Estavam escondidos sob plumas verdes e azuis, sendo, por isso, chamados de Gucumatz. Eram, por natureza, grandes sábios e grandes pensadores. O céu existia desta maneira e também o Coração do Céu, que é o nome de Deus, sendo assim que é chamado.
Depois surgiu o Verbo. Duas divindades, Tepeu e Gucumatz, juntaram-se na escuridão, na noite. Falaram sobre a vida e a luz, sobre o que deviam fazer para que houvesse luz e alvorada e sobre quem forneceria comida e sustento.
Então, enquanto meditavam, tornou-se claro que, quando a madrugada rompesse, o homem deveria aparecer. Depois, planearam a criação e o crescimento das árvores e dos bosques, o nascimento da vida e a criação do homem. Tudo isto foi preparado na escuridão e na noite.
Que assim seja feito! Que o vazio seja preenchido! Que a água recue e faça um vazio, que a terra apareça e se torne sólida. Que assim seja feito! Assim falaram. Que haja luz e que o dia amanheça no céu e na terra! Não haverá glória nem grandeza na nossa criação e formação até o ser humano ser feito, o homem ser criado. Assim falaram!
Então, a terra foi criada por eles. Na verdade, foi assim que criarão a terra. Terra! – disseram eles, e instantaneamente ela foi criada.
A criação foi como uma névoa, uma nuvem e uma nuvem de pó, quando as montanhas surgiram do mar e instantaneamente cresceram.
As montanhas e os vales foram apenas formados por milagre, apenas por arte mágica. Instantaneamente, juntaram-se os ciprestes e pinheiros à superfície da terra.
Primeiro, foi formada a terra, as montanhas e os vales; as correntes de água foram divididas, os riachos corriam livremente por entre as colinas e as águas foram separadas quando surgiram altas montanhas.
Depois, fizeram os pequenos animais selvagens, os guardiões dos bosques, os espíritos das montanhas: veados, aves, pumas, jaguares, serpentes, cobras, víboras, guardiões do mato.
E os Antepassados perguntaram: <>
Era o que diziam quando meditavam e falavam. Imediatamente, foram criados os veados e as aves e lhes foram dados lares. <> Foi assim que falaram.
Também destinaram lares para as aves grandes e pequenas. <> Tudo isto foi dito aos veados e aos pássaros. Fizeram imediatamente o seu dever e todos procuraram os seus lares e ninhos.
E tendo terminado a criação de todos os animais de quatro pernas e aves, o Criador e os Antepassados disseram-lhes: <> E assim foi dito aos veados, aves, pumas, jaguares e serpentes.

Os deuses viraram a sua atenção para a formação do homem. Fizeram algumas pequenas criaturas de madeira. Pareciam homens, falavam como homens e povoavam a superfície da terra.
Estas criaturas existiam e multiplicavam-se; tiveram filhos e filhas, mas não tinham almas, nem mentes e não se lembravam do seu Criador. Andavam, sem destino, sobre os quatro membros. Eram irreverentes e irritavam os deuses, que resolveram faze-los desaparecer.
Já não se lembravam de Hurukan – O Coração do Céu – e, por isso, perderam todos os favores. Isto era uma mera experiência, uma tentativa para criar o homem. Ao princípio, as criaturas falavam, mas os seus rostos não possuíam qualquer expressão. As sua mãos e pés não tinha força, não tinham sangue nem substância, humidade ou carne. As suas faces eram secas, os pés e mãos secos e a sua carne amarela.
Estes foram os primeiros homens que existiram em grande número sobre a face da terra.”

Texto tirado do livro “Guia Ilustrado Mitologia Latino-americana – Astecas, Maias, Incas e Amazônia. De Geraldine Carter.


domingo, 6 de janeiro de 2008

O Alimento Espiritual

O professor lutava na escola com um grande problema.
Os alunos começaram a ler muitas histórias de homens maus, de roubos e de crimes e passaram a viver em plena insubordinação.
Queriam imitar aventureiros e malfeitores e, em razão disso, na escola e em casa apresentavam péssimo comportamento.
Alguns pronunciavam palavrões, julgando-se bem-educados, e outros se entregavam a brinquedos de mau gosto, acreditando que assim mostravam superioridade e inteligência.
Esqueciam-se dos bons livros.
Zombavam dos bons conselhos.
O professor, em vista disso, certo dia reuniu todas as classes para a merenda costumeira, apresentando-se uma surpresa esquisita.
Os pratos estavam cheios de coisas impróprias, tais como pães envolvidos em lama, doces com batatas podres, pedaços de maçãs com tomates deteriorados e geléias misturadas com fel e pimenta.
Os meninos revoltados gritavam contra o que viam, mas o velho educador pediusilêncio e, tomando a palavra, disse-lhes:
- Meus filhos, se não podemos dispensar o alimento puro a benefício do corpo, precisamos também de alimento sadio para a nossa alma. O pão garante a nossa energia física, mas a leitura é a fonte de nossa vida espiritual. Os maus livros, as reportagens infelizes, as difamações e as aventuras criminosas representam substâncias apodrecidas que nós absorvemos,envenenando a vida mental e prejudicando-nos a conduta. Se gostamos das refeições saborosas que auxiliam a conservação de nossa saúde, procuremos também as páginas que cooperam na defesa de nossa harmonia interior, a fim de nunca fugirmos ao correto procedimento.
Com essa preleção, a hora da merenda foi encerrada.
Os alunos retiraram-se cabisbaixos.
E, pouco a pouco, a vida dos meninos foi sendo retificada, modificando-separa melhor.
* * *
Xavier, Francisco Cândido.
Da obra: Pai Nosso.Ditado pelo Espírito Meimei.
19a edição. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1999.

FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO

Se procuras ensejo para realizar-te,
em matéria de paz e felicidade, age e serve sempre.

Emmanuel

FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO (ESE)