segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

DISSERTAÇÕES ESPIRITAS.


A nova torre de Babel.
(Sociedade de Paris. - 6 de fevereiro de 1863. - Médium, senhora Costel.)

O Espiritismo é o Cristianismo da idade moderna; ele deve restituir às tradições seu sentido espiritualista. Outrora, o Espírito se fez carne; hoje, a carne se faz Espírito para desenvolver a idéia gigantesca que deve renovar a face do mundo. Mas à festa da criação espírita sucederão a perturbação e o orgulho dos sistemas diversos, que, desprezando os sábios ensinamentos, planejarão uma nova torre de Babel, obra de confusão, logo reduzida a nada, porque as obras do passado são a garantia do futuro, e nada se dissipa do tesouro da experiência amontoado pelos séculos. Espíritas, formai uma tribo intelectual; segui vossos guias mais documente do que não fizeram os Hebreus; viemos também vos livrar do jugo dos Filisteus, e vos conduzir para a Terra Prometida. Às trevas das primeiras idades sucederá a aurora, e ficareis maravilhados de compreender a lenta reflexão das idades anteriores sobre o presente. As lendas reviverão energicamente como a realidade, e adquirireis a prova da admirável unidade, garantia da aliança contratada por Deus com suas criaturas.

SÃO LUÍS

O verdadeiro Espírito das tradições
(Sétif, Argélia, 15 de outubro de 1863.)

Abri as Escrituras sagradas, e nela encontrareis, a cada página, predições ou alegorias incompreensíveis para quem não está ao corrente das revelações novas, e que, para a maioria, foi interpretada pelos seus comentaristas de maneira conforme à sua opinião e, muito freqüentemente, ao seu interesse. Mas tomando por guia a ciência que começastes a adquirir, sabereis descobrir facilmente o sentido oculto que elas encerram. Os antigos profetas eram todos inspirados por Espíritos elevados que não lhes davam, em suas revelações, senão ensinamentos de natureza a serem compreendidos pelas inteligências de elite e cujo senso não estivesse em oposição muito patente com o estado dos conhecimentos e dos preconceitos daqueles tempos. Seria preciso que fosse possível interpretá-los de maneira apropriada à inteligência das massas, para que estas não os rejeitassem, como não teriam deixado de fazê-lo, se essas predições estivessem em oposição muito formal com as idéias gerais.

Hoje nosso cuidado deve ser o de vos esclarecer completamente, e, ao mesmo tempo, de vos fazer compreender a aproximação que existe entre a nossa revelação e a dos antigos. Temos uma outra tarefa a cumprir, é a de combater a mentira, a hipocrisia e o erro, tarefa muito difícil e muito árdua, mas da qual chegaremos ao fim, porque tal é a vontade de Deus. Tende fé e coragem; Deus não encontra jamais obstáculo irresistível à sua vontade. Os meios imprevistos serão empregados por suas ordens para vencer o gênio do mal personificado agora por aqueles que deveriam caminhar à frente do progresso, e propagar a verdade em lugar de pôr-lhe entraves por orgulho ou por interesse. É preciso, pois, anunciar por toda a parte com confiança e segurança o fim próximo da escravidão, da injustiça e da mentira; digo o fim próximo, porque os acontecimentos, se bem que devendo se cumprir com a sábia lentidão que a Providência põe em suas reformas, para evitar as infelicidades inseparáveis de uma grande precipitação, terão seu
curso num espaço de tempo mais próximo do que não o esperam aqueles que se assustam com os obstáculos que prevêem, e que não o esperam também aqueles que, por medo ou por egoísmo, estão interessados na manutenção indefinida do estado das coisas.

Sede, pois, ardentes na propaganda, mas prudentes à frente de vossos ouvintes, para não assustar as consciências tímidas e ignorantes; só os egoístas não exigem nenhuma reserva, e não devem vos inspirar nenhum medo. Tendes a ajuda de Deus, sua resistência será impotente contra vós; é preciso mostrar-lhes, sem equívoco, o futuro terrível que os espera, por causa deles mesmos, e por causa daqueles que se deixaram perverter por seu exemplo, porque cada um é responsável pelo mal que faz, e daquele do qual é causa.

SANTO AGOSTINHO.
Revista Espírita, novembro de 1863 , Allan kardec

FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO

Se procuras ensejo para realizar-te,
em matéria de paz e felicidade, age e serve sempre.

Emmanuel

FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO (ESE)