segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

domingo, 2 de dezembro de 2012

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

sexta-feira, 18 de maio de 2012

A LIÇÃO DE NICODEMOS

Em face dos novos ensinamentos de Jesus, todos os fariseus do templo se tomavam de inexcedíveis cuidados, pelo seu estremado apego aos textos antigos. O Mestre, porém, nunca perdeu ensejo de esclrecer as situações mais difíceis com a luz da verdade que a sua palavra divina trazia ao pensamento do mundo. Grande número dedoutores não conseguia acultar o seu descontentamento, porque, não obstante suas atividades derrotistas, continuavam as ações generosas de Jesus beneficiando os aflitos e os sofredores. Discutiam-se os novos princípios, no grande templo de Jerusalém, nas suas praças públicas e nas sinagogas. Os mais humildes e pobres viam no Messias o Emissário de Deus, cujas mãos repartiam em abundância os bens da paz e da consolação. As personalidades importantes temiam-no.
É que o Profeta não se deixava seduzir pelas grandes promessas que lhe faziam com referência ao seu futuro material. Jamais temperava a sua palavra de verdade com as conveniências do comodismo da época. Apesar de magnânimo para com todas as faltas alheias, combatia o mal com tão intenso ardor, que para logo se fazia objeto de hostilidade para todas as intenções inconfessáveis. Mormente em Jerusalém que, com o seu cosmopolitismo, era um expressivo retrato do mundo, as idéias do Senhor acendiam as mais apaixonadas discussões. Eram populares que se entregavam à apologia franca da doutrina de Jesus, servos que o sentiam com todo o calor do coração reconhecido, sacerdotes que o combatiam abertamente, convencionalistas que não o toleravam, indivíduos abastados que se insurgiam contra os seus ensinos.
Todavia, sem embargo das dissensões naturais que precedem o estabelecimento definitivo das idéias novas, alguns espíritos acompanham o Messias, tomados de vivo interesse pelos seus elevados princípios. Entre estes, figurava Nicodemos, fariseu notável pelo coração bem formado e pelos dotes da inteligência.


Assim, uma noite, ao cabo de grandes preocupações e longos raciocínios, procurou a Jesus, em particular, seduzido pela magnanimidade de suas ações e pela grandeza de sua doutrina salvadora. O Messias estava acompanhado apenas de dois dos seus discípulos e recebeu a visita com sua bondade costumeira.


Após a saudação habitual e revelando as suas âncias de conhecimento, depois de fundas meditações, Nicodemos dirigiu-se-lhe respeitoso.


- Mestre, bem sabemos que vinde de Deus, pois somente com a luz da assistência divina poderíeis realizar o que tendes efetuado, mostrando o sinal do Céu em vossas mãos. Tenho empregado a minha existência em interpretar a lei, mas desejava receber a vossa palavra sobre os recursos de que deverei lançar mão para conhecer o Reino de Deus.


O Mestre sorriu bondosamente e esclareceu:


- Primeiro que tudo, Nicodemos, não basta que tenhas vivido a interpretar a lei. Antes de raciocinar sobre as suas disposições, deverias ter-lhe sentido os textos. Mas, em verdade devo dizer-te que ninguém conhecerá o Reino do Céu, sem não nascer de novo.


- Como pode um homem nascer de novo, sendo velho? - Interrogou o fariseu, altamente surpreendido. Poderá, porventura, regressar ao ventre de sua mãe?


O Messias fixou nele os olhos calmos, consciente da gravidade do assunto em foco, e acresentou:


- Em verdade, reafirmo-te ser indispensável que o homem nasça e renasça, para conhecer plenamente a luz do Reino!...


- Entretanto, como pode isso ser? - Perguntou Nicodemos, perturbado.


- És mestre em Israel e ignoras essas coisas? - inquiriu Jesus, como que surpreendido. - É natural que cada um somente testifique aquilo de que saiba; porém precisamos considerar que tu ensinas. Apesar disso, não aceitas os nossos testemunhos. Se falando eu de coisas terrenas sentes dificuldades em compreendê-las com os teus racioncínios sobre a lei, como poderás aceitar as minhas afirmativas quando eu disser das coisas celestiais? Seria loucura destinar os alimentos apropriados a um velho para o organismo frágil de uma criança.


                                              . . .                


Jerusalém quase dormia sob o véu espesso da noite alta. Silêncio profundo se fizera sobre a cidade. Jesus, no entanto, e aqueles dois discípulos continuavam presos à conversação particular que haviam entabulado. Desejavam eles ardentemente penetrar o sentido oculto das palavras do Mestre. Como seria possivel aquele renascimento? Não obstante os seus conhecimentos, também partilhavam da perplexidade que levara Nicodemos a se retirar fundamente surpreendido.


- Por que tamanha admiração, em faces dessas verdades? perguntou-lhes Jesus, bondosamente. - As árvores não renascem depois de podadas? Com respeito aos homens, o processo é diferente, mas o espírito de renovação é sempre o mesmo. O corpo é uma veste. O homem é seu dono. Toda roupagem material acaba rota, porém o homem, que é filho de Deus, encontra sempre em seu amor os elementos necessários a mudança do vestuário. A morte do corpo é essa mudança indispensável, porque a alma caminhará sempre, através de outras experiências, até que consiga a imprescindível provisão de luz para a estrada definitiva no Reino de Deus, com toda a perfeição conquistada ao longo dos rudes caminhos.


André sentiu que uma nova compreensão lhe felicitava o espírito simples e perguntou:


- Mestre, já que o corpo é como que a roupa material das almas, por que não somos todos iguais no mundo? Vejo belos jovens, junto de aleijados e paralíticos.


- Acaso não tenho ensinado - disse Jesus que tem de chorar todo aquele que se transforma em instrumento de escândalo? Cada alma conduz consigo mesma o inferno ou o Céu que edificou no âmago da consciência. Seria justo conceder-se uma segunda veste mais perfeita e mais bela ao espírito rebelde que estragou a primeira? Que diríamos da sabedoria de nosso Pai, se facultasse as possibilidades mais preciosas aos que as utilizaram na véspera para o roubo, o assassínio, a destruição? Os que abusaram da túnica da riqueza vestirão depois as dos fâmulos(criado) e escravos mais humildes, como as mãos que feriram podem vir a ser cortadas.


- Senhor, compreendo agora o mecanismo do resgate - murmurou Tiago, externando a alegria do seu entendimento - Mas observo que, desse modo, o mundo precisará sempre do clima do escândalo e do sofrimento, desde que o devedor, para saldar seu débito, não poderá fazê-lo sem que outro lhe tome o lugar com a mesma dívida.


O Mestre apreendeu a amplitude da objeção e esclareceu aos discípulos, perguntando:


- Dentro da lei de Moisés, como se verifica o processo de redenção?


Tiago meditou um instante e respondeu:


- Também na lei esté escrito que o homem pagará "olho por olho, dente por dente".


-Também tu, Tiago, estás procedendo como Nicodemus - replicou Jesus com generoso sorriso. - Como todos os homens, aliás, tens raciocinado, mas não tens sentido. Ainda não ponderaste, talvez, que o primeiro mandamento da Lei é uma determinação de amor. Acima do "não adulterarás", do "não cobiçaras", está o "amar a Deus sobre todas as coisas, de todo o coração e de todo o entendimento". Como poderá alguém amar o Pai, aborrecendo-lhe a obra? Contudo, não estranho a exiqüidade de visão espiritual com que examinaste o texto dos profetas. Todas as criaturas hão feito o mesmo. Investigando as revelações do Céu com o egoísmo que lhes é próprio, organizaram a justiça como o edifício mais alto do idealismo humano. E, entretanto, coloco o amor acima da justiça do mundo e tenho ensinado que só ele cobre a multidão dos pecados. Se nos prendemos à lei de talião, somos obrigados a reconhecer que onde existe um assassínio haverá, mais tarde, um homem que necessita  ser assassinado; com a lei do amor, porém, compreendemos  que o verdugo e a vítima são dois irmãos, filhos do mesmo Pai. Basta que ambos sintam isso para que a fraternidade divina afaste os fantasmas do escândalo e do sofrimento.


                                                    . . .


Ante as elucidações do Mestre, os dois discípulos estavam maravilhados. Aquela lição profunda esclarecia-os para sempre.


Tiago, então, aproximou-se e sugeriu a Jesus que proclamasse aquelas verdades novas na pregação do dia seguinte. O Mestre dirigiu-lhe um olhar de admiração e interrogou:


- Será que não compreendeste? Pois, se um doutor da lei saiu daqui sem que eu lhe pudesse explicar toda a Verdade, como queres que proceda de modo contrário, para com a compreenção simplista do espírito popular? Alguém constrói uma casa iniciando pelo teto o trabalho? Além disso, madarei mais tarde o Consolador, a fim de esclarecer e dilatar os meus ensinos.


Eminentemente impressionado, André e Tiago calaram as derradeiras interrogações. Aquela palestra particular, entre o Senhor e os discípulos, permaneceria guardada na sombra leve da noite em Jerusalém, mas a lição de Nicodemos estava dada. A Lei da Reencarnação estava proclamada para sempre, no Evangelho do Reino.




(Livro "BOA NOVA"  - Chico e Humberto de Campos) 



quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

ESPELHO DA VIDA


A mente é espelho da vida em toda parte.

Ergue-se na Terra para Deus, sob a égide do Cristo, à feição do diamente bruto, que, arrancado ao ventre obscuro do solo, avança, com a orientação do lapidário, para a magnificência da luz.

Nos seres primitivos, aparece sob a ganga do instinto, as almas humanas surge entre as ilusões que salteiam a inteligência, e revela-se nos Espíritos aperfeiçoados por brilhante precioso a retratar a Glória Divina.

Estudando-a de nossa posição espiritual, confinados que nos achamos entre a animalidade e a angelitude, somos impelidos a interpretá-la como sendo o campo de nossa consciência desperta, na faixa evolutiva em que o conhecimento adquirido nos permite operar.

Definindo-a por espelho da vida, reconhecemos que o coração lhe é a face e que o cérebro é o centro de suas ondulações, gerando a força do pensamento que tudo move, criando e transformando, destruindo e refazendo para acrisolar e sublimar.

Em todos os domínios do Universo vibra, pois, a influência reciproca.

Tudo se desloca e renova sob os princípios de interdependência e repercussão.

O reflexo esboça a emotividade.

A emotividade plasma a idéia.

A idéia determina a atitude e a palavra que comanda as ações.

Em semelhantes manifestações  alongam-se os fios gerados das causas de que nascem as circunstência, válvulas obliterativas ou alavancas libertadoras da existência.

Ninguém pode ultrapassar de improviso os recursos da própria mente, muito além do círculo de trabalho em que estagia; contudo, assinalamos, todos nós, os reflexos uns dos outros, dentro da nossa relativa capacidade de assimilação.

Ninguém permanece fora do movimento de permuta incessante.

Respiramos no mundo das imagens que projetamos e recebemos. Por elas, estacionamos sob facinação dos elementos que provisoriamente nos escravizam e, através delas, incorporamos o influxo renovador dos poderes que nos induzem à purificação e ao progresso.

Reflexo mental mora no alicerce da vida.

Refletem-se as criaturas, reciprocamente, na criação que reflete os objetivos do Criador.


PENSAMENTO E VIDA - Chico Xavier/Emmanuel

FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO

Se procuras ensejo para realizar-te,
em matéria de paz e felicidade, age e serve sempre.

Emmanuel

FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO (ESE)